terça-feira, 30 de setembro de 2008

Return of the tirinhas

Pra quem ri de qualquer coisa
Ou não

Allan Sieber
Cyanide and Happiness
Recruta Zero
Dilbert
Laerte
Garfield
Malvados


Aumentem minha estima

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

A calçada de Helena


Helena atrasara-se de novo. Corria cautelosa buscando não deixar suas sandálias de um bege bem claro pelo caminho. A calçada estava suja, como de costume, chovia fino, mas mesmo assim um sol fraco já se levantava calmamente ao fundo. Devia ser umas 7, talvez 8, Helena nunca fora boa com as horas. Lembrava-se disso e esboçava um pequeno sorriso enquanto corria pela praça semi-deserta de uma manhã de quarta. Recordava-se constantemente de sua infância, ao menos todas as manhãs de correria por dentre os prédios do centro, a caminha da escola. "Que infância feliz", e sorria pequenos sorrisos de uma menina de chinelos verdes a observar cenas curiosas largada no sofá da sala. Sentia seus passos mais lentos e lembrava-se novamente que estava atrasada. Estava sempre atrasada. Mas agora já lhe era um tanto agradável acordar cedo todas as manhãs (talvez não tão cedo como deveria), levantar da cama com um pulo, buscar o primeiro vestido a sua frente no armário, pegar sua bolsa largada no chão da sala, atravessar a porta e descer o degrau apressada de dois em dois. Chegava sempre cansada, mas sem sono ao colégio, largava sua bolsa na mesa marrom quase na altura de sua cintura e sentava-se na cadeira mais escura com um acolchoado confortável, diferente das cadeiras onde se acomodavam todos os seus alunos. Depois de recuperar o fôlego, e seus pés pararem de lhe doer, levantava-se e retirava da bolsa vinho um monte de papéis bagunçados e uma pequena flauta doce de um dourado fraco e gasto pelo tempo. Os rostos jovens paravam de rir (porque sempre riam de Helena chegando na sala arfando e um pouco suada e recostar por uns 3 minutos em suas confortável cadeira passeando os olhos pelo teto, pelo sol nascendo laranja na janela e pelos rostos dos alunos), mas ainda mantinham um pequeno sorriso na face, um sorriso bom, de quem vai ter aula de música, e não uma aula chata de geografia estudando o efeito estufa e o deslocamento das massas de ar do oceano Atlântico. Há quase 1 ano que Helena dava aula de música na escola São Patrício no interior de Petrópolis. Interior de Petrópolis? Petrópolis era uma cidade tão pequena, não haveria de ter interior, ou centro, deve ser tudo uma coisa só, pensava a Helena estudante de faculdade. Mas lá é sempre frio, um frio bom pra gente poder sair de casa de manhã com um agasalho e quem sabe ver aquela suave fumaça saindo da boca. Pronto, vou para Petrópolis. Soube uns meses antes de se formar que uma amiga de uma amiga de sua amiga dissera que tinha uma escola de Petrópolis que procurava um (ou uma) professor de música. Ouvira também que era uma escola boa e que ganharia bem. Poderia alugar um bom apartamento ali perto e comprar várias roupas de frio. Não precisava de carro para andar por lá, é cidade pequena mesmo. Tomaria um ônibus (podia ter charrete), no máximo compraria uma bicicleta. Há quanto tempo não andava de bicicleta, ainda saberia? Claro, é o que todos dizem não? Assim que terminara a última prova e recebera um pequeno papel enrolado escrito "Helena", "Término" e "Parabéns", Helena já estava de malas prontas, casaco vestido, e uma saia leve cortada de um vestido verde que há muito não mais usava. "Eu não sinto frio nas pernas, mãe!". A mãe fingia-se séria, preocupada, tinham se distanciado um pouco desde que Helena ingressara na faculdade. "Essa faculdade não Helena, é muito longe daqui, irá se cansar", "O que? Música?Mas minha filha...". Pensando bem, nunca foram assim tão próximas, mas agora na hora de se despedir Helena sentia uma estranha vontade de abraçar sua mãe bem forte. Olhava em seu rosto, e via um pequeno choro que insistentemente sua mãe tentava encobrir dando-lhe conselhos sérios sobre trabalho e as responsabilidades de uma vida adulta. Morar sozinha seria um grande passo, tem que ser assídua e pontual sempre na escola, quando juntar um dinheirinho compre uma flauta mais nova, minha filha. Helena ouvia com ternura pela primeira vez as incansáveis recomendações de sua mãe. Sentia que ali estava alguém que realmente se preocupava com ela. Ao invés de desanimá-la, isso lhe deu ainda mais coragem para entrar no ônibus e viajar para uma cidade pequena e fria, onde haveria de ter sempre paz e sossego (e não suar, porque suar era muito ruim). Helena sabia que ali teria sempre uma casa, sempre um sofá velho na sala para se largar, sempre um quarto bagunçado e uma geladeira que rangia nervosamente ao abrirem a porta. E agora sentia-se bem em Petrópolis, não estava fazendo tanto frio assim, é verdade, mas ele haveria de chegar, e ela nem ao mesmo se cansaria ao correr para a escola durante a manhã, nem ao subir os 4 andares de escada carregando as sacolas de compras, nem ajudando a senhora Vevé a descer seu velho piano, herança de seu falecido marido. Helena sentia-se calma, tranqüila, gostava de falar interior, pois lhe transmitia uma ainda maior sensação de serenidade. Não se via muitos carros barulhentos passando, muito menos aqueles carros chatos que trazem uma caixa de som tocando alguma música sempre tediosa e que dá nos nervos. Helena sorria a todo sol laranja de toda manhã alaranjada. Era um dia como o outro, e um dia onde tudo o que Helena tinha que fazer era ir a escola levando sua bonita bolsa vinho e ensinar as crianças às músicas que gostasse, as músicas que todos tocariam juntos e aprenderiam os acordes, a letra, a melodia, e cantariam e ririam e fariam silêncio todos juntos.
- Professora Helena?
- Sim Chiquinho?
- Quando o piano vem?
- Na terça ele já está aqui, meu doce.
E a criança se punha a sorrir enquanto a professora Helena começara a tocar na flauta dourada uma pequena música que todos haviam ouvido na aula anterior. E as pequenas crianças cantavam enquanto Helena mexia seus pés alegremente por baixo da mesa.

sábado, 27 de setembro de 2008

Desatento


A dor que vem e fica

De se ter na palma da mão

Batendo vivo um coração

Que nunca se desliga

 

Vem e fica essa dor

De não se ter mais palavra

De cada noite contada

Em que se jurava o amor

 

Reclamo da dor de dente

Brinco de fingir alegria

Mas já sinto de novo a agonia

Do coração que não mais me sente

 

A dor que daí não se vê

Escuta atenta esse lamento

Que de todo o sofrimento

A gente ainda insiste em crer

 

Tanta fita, tanta festa

E eu aqui num canto parado

Cego, surdo, débil e calado

Desatento do que ainda me resta

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Mundo moderno


Famílias e creches

Árvores que crescem

e fazem sombra

Água fresca

com gosto de Coca Light

praças imundas

e mendigos que rastejam

pães e trocados

cofres e bolsos furados

processo, processo

Bem vindo ao mundo moderno



Arranha-céus

que escondem o sol

elevadores

e o gosto de cimento

no meu cachorro-quente

esquinas e vitrines

outdoors reluzentes

luzes, luzes

capas de revista

carros que correm e batem

japoneses falando

e cantando

Pokémons

dados, informação

animais extraordinários

o Pé Grande

portas automáticas

café expresso

os pilares da sociedade atual

camisa rasgada também é moda

solidão, insônia

controle remoto

e o jornal de ontem

TV ligada no som da noite

fumaça, perigo

calor no inverno

como não se maravilhar com o mundo moderno?

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Janta


O tempo passa de forma estranha. Lento, parando, como um trem na estação. Quase tropeçando, mas só eu no vagão. Na tv um filme conhecido, na mesa um pão, bananas, maças, tudo que é saudável. Antes eu não era assim. 
Onde eu estava mesmo? 
De pé, acordado. No banheiro do espelho já se diz: o sorriso não se esconde. A imagem boba de mim mesmo que já me põe a rir. Já me alegro com tão pouco, já me divirto por muitos. Com algumas folhas voando, dando voltas, com a hora, o atraso e o estacionamento. Com a louça e a pia, e as roupas sujas no cesto. Já me alegro com o que não é pra me fazer feliz.
As horas passam à toa, porque eu já sei meu lugar. Hoje eu durmo em paz, e acordo só com sono. Deito porque é tarde, como quando sinto fome e te vejo a toda hora. Tudo é simples assim. Meu calendário denuncia meu tempo cheio, que você preencheu. A geladeira, igualmente cheia, agradece feliz. E minha barriga já saliente murmura da mesma forma. Complicado agora é bobagem. Não é mais uma distância, não é mais uma "barreira invisível". Não é nada, não é nada...
Agora, eu sinto a paz e a saudade num puff amassado. Nos meus infinitos docinhos espalhados pela casa. Pela pilha de livros e cd's que se acumulam na mesa à minha frente, e que se tornam uma responsabilidade prazeirosa. A "luz que dá sono" embala esse texto, e suavemente desce meus olhos, cada vez mais preguiçosos. E eu não faço mais sentidos nas minhas palavras. Mas não me importo. Nem tudo precisa fazer sentido para ser bonito; não precisa ser entendido para ser apreciado. Como num filme estranho que eu vi tantas vezes, e ainda vou ver, em várias tardes cheias que ainda estão por vir.
E eu queria que esse texto, como num filme, tivesse música de fundo.
E que ele tocasse uma linda música
dentro de você


"Eu sigo em frente por sentir vontade..."

domingo, 21 de setembro de 2008

Tirinhas strikes back!

Porque até o domingo é bom, quando se divide com alguém que gosta


Garfield

Cyanide and Happiness
Calvin e Haroldo
Laerte





quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Too much



São 4 da manhã

O relógio em cima da mesa me diz que vai me acordar

Daqui a 3 horas ele vai me acordar, com um barulho pra não deixar nenhum vizinho dormir enquanto eu não levantar

E pra eu ter que sair da cama para desligá-lo, tão longe, sob a mesa

Antes ele me incomodava

Before eu não queria levantar da cama, largar meu sono nas fronhas do travesseiro abandonar meu sonho na metade e engolir o pão com Nescau

Não queria pensar que o dia ia começar, que eu já estava atrasado pra aula

Atrasado pro mundo, que cedo acordava

I want to continuar dormindo, esquecer o "dever de casa"

Deixar a louça se empilhar na pia

E as contas se empurrando na pequena caixa do correio

Antes, o relógio despertador ria de mim toda manhã com o tilintar ensurdecedor de seus sinos ovais

Antes sua ameaça de "já chega a manhã" me assustava

Mas hoje...hoje tudo já é diferente

Today ele vê, sem crêr, que eu acordado tão tarde lhe fito nos olhos (ou nos ponteiros)

Lhe digo que a hora agora não me importa, passe rápido ou devagar

Os outros relógios pararam às 11 da manhã

Se libertaram de seus destinos opressivos

Pararam de contar as horas e aprenderam a viver mais a cada minuto, sem se preocupar com o próximo

Aprenderam a desperdiçar o tempo, a deixar a tarde correr

- São 4 ou 5 horas? - eles se perguntam - Quem se importa?

Hoje, eu não me importo

Numa pequena semana, meu relógio parou

Parou para aproveitar melhor o tempo

Pra não passar de sexta pra sábado, de sábado pra domingo...

Parou no momento em que ela sorriu pra mim

Sorriu aliviada, como quem esperava uma "conversa ruim".

Era muito pra um só relógio contar

The clock stopped because it was too much

E tudo nessa semana foi too much

E que eu vou lembrar forever

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Pedaço de papel


Esqueci um pedaço de papel perto do banco. Cheguei em casa, abri meus livros e não encontrei nada. Esvaziei os bolsos, contei as moedas, sacudi as meias, mas nada. Tinha que estar em algum lugar. Refiz meu dia, contei meu troco, lembrei do sanduíche, da rua, do atraso, do café, do trabalho, do trânsito, dos faróis, do céu sem nuvens e da minha sufocante mania de não saber o que querer. Lembrei da rua, das janelas, da multa, e da sensação de alguém que me olha, e que deve ter a mesma sensação de que eu a olho, ou não. Lembrei da minha indecisão, que eu não queria lembrar, mas que eu não quis esquecer (ou quis?). Lembrei da comida que não me fez bem, do vento frio que eu gostava, do silêncio na rua de noite, e daquela sensação de bem estar que eu não sabia de onde vinha. Escrevi num pedaço de papel, para que eu pudesse lembrar. Bem pequeno, pra caber em qualquer bolso, pra eu poder levar e dar pra quem me olha, ou quem eu olho. Sentei num banco perto de casa, e li o que escrevi, o que você já sabia, sem ter que me olhar. Olhei meus livros, acendi e apaguei a luz, procurei embaixo do sapato, mas nada. Voltei e sentei no banco, quis deitar, descansar e esquecer de tudo, esquecer de dormir e fazer as coisas de amanhã. Talvez alguém as fizesse pra mim, seria bom. Olhei pro banco e pro céu vazios, e percebi que ninguém me olhava, por mais que eu quisesse ser olhado, como eu te olho. Quis escrever outro pedaço de papel, mais um pra pôr no bolso, e perder de propósito pra você não ver. E pra você não saber, escondida, o que você já sabe.

sábado, 13 de setembro de 2008

Eu gosto mais do Rio...


De volta à Brasília (gripado)
Tudo seco, tudo o mesmo
A mala ainda não desfeita
Compras não feitas
Cama desarrumada, sempre
Deixei de novo o mar
Não que eu fosse realmente à praia
Mas que só num dia, já me faz sentir falta
Pessoas que eu queria ver mais
Lá ou aqui
Em qualquer lugar
Não é fácil evitar:
Brasília ainda me lembra responsabilidade
Me lembra faculdade, trabalho, prazos e preguiça
O Rio virou meu Rio de férias
O Rio de poucos dias, que não é mais o mesmo de quando eu tinha 17
É o Rio de fuga, da onde eu fujo das responsabilidade, do pensamento inquieto
É o Rio de dias rápidos e divertidos, indo na praia ou andando no bondinho
Enchendo os bolsos de areia
Derramando chopp na Lapa
Vendo palhaços em Santa Tereza
É o Rio que eu não conhecia com 17
E que agora eu sinto falta
Mas que também sozinho, não teria a mesma graça


"Eu gosto mais do Rio quando estou com você
De ouvir canções do Tom quando estou com você
Gosto de ir a um bar bem à beira-mar
Tomar um chope gelado, ver gente passar
Mas só com você"

domingo, 7 de setembro de 2008

"Tanto mar"


Larguei o estágio
Fugi da faculdade por 1 semana
E vim para o Rio passar uns dias
Nada soa tão irresponsável,
e tão bom como isso

Nem eu entendo bem o porque disso tudo
Mas, por outro lado, eu nunca fui bom com "porquês"
Às vezes, fazer algo doido e inexplicável faz bem
Eu não quero ter que me explicar, não hoje
Para mim ou para ninguém
Eu quero viver o que sinto,
comer o que quero
sem me preocupar com peso e medidas
com dias e calendários
com sol ou chuva
Quero sair despreparado, sem guarda-chuva
sem roupa de banho
e descobrir na simples supresa de uma manhã que foge da rotina
a alegria de uma cidade inteira

Queria deixar a areia que tenho em meus bolsos
para lembrar sempre dessa sensação...

"Sei que há léguas a nos separar
Tanto mar, tanto mar"

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Tirinha's time 2 (or two)

Porque eu sou viciado em tirinhas
Seja mais um viciado você também!

Enjoy it

Calvin e Haroldo

Garfield

Cyanide and Happiness




Mafalda

"Ain't got no money"

Penúltimo dia de estágio
Tardes livres, pobres e ociosas me aguardam
Vai ser bom não almoçar correndo, pra variar
Não ter que me arrumar antes de sair pra faculdade
Não ter que andar de terno pelo calor insuportável da tarde
E deixar os tribunais tomarem conta deles mesmos (eles já são bem crescidinhos)

Agora vou apertar a gravata pela penúltima vez
Calçar o meu sapato que nunca engraxei
Procurar a vaga perto que não vou achar
E sábado, bem cedo, já vou viajar
Pra comemorar, lógico

É um pouco de liberdade
Liberdade pobre, claro
Mas se tudo der errado, eu vou para o sinal fazer malabarismo com aquelas coisas de fogo
Acho que as pessoas vão se sentir mais generosas em ajudar se eu tiver algo em chamas nas mãos

"Got my hair on my head
Got my brains, Got my ears
Got my eyes, Got my nose
Got my mouth, I got my smile "


terça-feira, 2 de setembro de 2008

For no one

Meu novo pequeno vício. Eu estou sempre viciado em alguma música. Em todo momento, tem sempre uma música, um CD ou uma banda que eu não consigo parar de ouvir. Passo 1, 2 semanas com as mesmas músicas no mp4 andando pra todo lado: faculdade, supermercado (quando eu lembro de fazer compras), estágio e qualquer lugar que envolva ir de carro ou ir a pé. Parece que tudo ao redor fica mais fácil quando se tem fundo musical.
Até uns dias atrás, meu vício era o Chico. Pra todo lugar que eu ia era "Cotidiano"; era "Pivete" no trânsito, era "O meu guri" no sinal, era "A banda" que não parava de tocar. Agora mudou. Na verdade, não mudou. Apenas voltei para o meu primeiro e eterno (eu penso) vício musical: Beatles. Quando eu acho que acabou, que já esgotei meus ouvidos de acordes "iê-iê-iê" ou psicodélicos (meus preferidos), algo novo surge. Trilha sonora de um filme com versões, jazz, chorinho e até músicas que eu (surpreendentemente) não ouvi ou ouvi pouco demais para lembrar. E assim, o vício da vez é esse da foto: Beatles versão chorinho. Quatro cd's pra eu gastar, pelo menos, umas 4 semanas conhecendo-os novamente de outra forma.
É tudo uma redescoberta, como uma vez um velho Beatle disse. Você ouvindo a mesma música que todo mundo já cansou de ouvir há mais de 40 anos. E achando boa, nova, muito boa! É como uma lembrança de infância (para mim, dos 14 anos em diante). E, ao mesmo tempo, uma lembrança nova que se constrói. Como a música do título, que eu ouvi no caminho da padaria de manhã.

"Your day breaks, your mind aches,
You find that all her words of kindness linger on,
When she no longer needs you"