terça-feira, 30 de setembro de 2008
Return of the tirinhas
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
A calçada de Helena
sábado, 27 de setembro de 2008
Desatento
A dor que vem e fica
De se ter na palma da mão
Batendo vivo um coração
Que nunca se desliga
Vem e fica essa dor
De não se ter mais palavra
De cada noite contada
Em que se jurava o amor
Reclamo da dor de dente
Brinco de fingir alegria
Mas já sinto de novo a agonia
Do coração que não mais me sente
A dor que daí não se vê
Escuta atenta esse lamento
Que de todo o sofrimento
A gente ainda insiste em crer
Tanta fita, tanta festa
E eu aqui num canto parado
Cego, surdo, débil e calado
Desatento do que ainda me resta
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
Mundo moderno
Famílias e creches
Árvores que crescem
e fazem sombra
Água fresca
com gosto de Coca Light
praças imundas
e mendigos que rastejam
pães e trocados
cofres e bolsos furados
processo, processo
Bem vindo ao mundo moderno
Arranha-céus
que escondem o sol
elevadores
e o gosto de cimento
no meu cachorro-quente
esquinas e vitrines
outdoors reluzentes
luzes, luzes
capas de revista
carros que correm e batem
japoneses falando
e cantando
Pokémons
dados, informação
animais extraordinários
o Pé Grande
portas automáticas
café expresso
os pilares da sociedade atual
camisa rasgada também é moda
solidão, insônia
controle remoto
e o jornal de ontem
TV ligada no som da noite
fumaça, perigo
calor no inverno
como não se maravilhar com o mundo moderno?
terça-feira, 23 de setembro de 2008
Janta
domingo, 21 de setembro de 2008
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
Too much
São 4 da manhã
O relógio em cima da mesa me diz que vai me acordar
Daqui a 3 horas ele vai me acordar, com um barulho pra não deixar nenhum vizinho dormir enquanto eu não levantar
E pra eu ter que sair da cama para desligá-lo, tão longe, sob a mesa
Antes ele me incomodava
Before eu não queria levantar da cama, largar meu sono nas fronhas do travesseiro abandonar meu sonho na metade e engolir o pão com Nescau
Não queria pensar que o dia ia começar, que eu já estava atrasado pra aula
Atrasado pro mundo, que cedo acordava
I want to continuar dormindo, esquecer o "dever de casa"
Deixar a louça se empilhar na pia
E as contas se empurrando na pequena caixa do correio
Antes, o relógio despertador ria de mim toda manhã com o tilintar ensurdecedor de seus sinos ovais
Antes sua ameaça de "já chega a manhã" me assustava
Mas hoje...hoje tudo já é diferente
Today ele vê, sem crêr, que eu acordado tão tarde lhe fito nos olhos (ou nos ponteiros)
Lhe digo que a hora agora não me importa, passe rápido ou devagar
Os outros relógios pararam às 11 da manhã
Se libertaram de seus destinos opressivos
Pararam de contar as horas e aprenderam a viver mais a cada minuto, sem se preocupar com o próximo
Aprenderam a desperdiçar o tempo, a deixar a tarde correr
- São 4 ou 5 horas? - eles se perguntam - Quem se importa?
Hoje, eu não me importo
Numa pequena semana, meu relógio parou
Parou para aproveitar melhor o tempo
Pra não passar de sexta pra sábado, de sábado pra domingo...
Parou no momento em que ela sorriu pra mim
Sorriu aliviada, como quem esperava uma "conversa ruim".
Era muito pra um só relógio contar
The clock stopped because it was too much
E tudo nessa semana foi too much
E que eu vou lembrar forever
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
Pedaço de papel
sábado, 13 de setembro de 2008
Eu gosto mais do Rio...
De volta à Brasília (gripado)
Tudo seco, tudo o mesmo
A mala ainda não desfeita
Compras não feitas
Cama desarrumada, sempre
Deixei de novo o mar
Não que eu fosse realmente à praia
Mas que só num dia, já me faz sentir falta
Pessoas que eu queria ver mais
Lá ou aqui
Em qualquer lugar
Não é fácil evitar:
Brasília ainda me lembra responsabilidade
Me lembra faculdade, trabalho, prazos e preguiça
O Rio virou meu Rio de férias
O Rio de poucos dias, que não é mais o mesmo de quando eu tinha 17
É o Rio de fuga, da onde eu fujo das responsabilidade, do pensamento inquieto
É o Rio de dias rápidos e divertidos, indo na praia ou andando no bondinho
Enchendo os bolsos de areia
Derramando chopp na Lapa
Vendo palhaços em Santa Tereza
É o Rio que eu não conhecia com 17
E que agora eu sinto falta
Mas que também sozinho, não teria a mesma graça
"Eu gosto mais do Rio quando estou com você
De ouvir canções do Tom quando estou com você
Gosto de ir a um bar bem à beira-mar
Tomar um chope gelado, ver gente passar
Mas só com você"
domingo, 7 de setembro de 2008
"Tanto mar"
Larguei o estágio
Fugi da faculdade por 1 semana
E vim para o Rio passar uns dias
Nada soa tão irresponsável,
e tão bom como isso
Nem eu entendo bem o porque disso tudo
Mas, por outro lado, eu nunca fui bom com "porquês"
Às vezes, fazer algo doido e inexplicável faz bem
Eu não quero ter que me explicar, não hoje
Para mim ou para ninguém
Eu quero viver o que sinto,
comer o que quero
sem me preocupar com peso e medidas
com dias e calendários
com sol ou chuva
Quero sair despreparado, sem guarda-chuva
sem roupa de banho
e descobrir na simples supresa de uma manhã que foge da rotina
a alegria de uma cidade inteira
Queria deixar a areia que tenho em meus bolsos
para lembrar sempre dessa sensação...
"Sei que há léguas a nos separar
Tanto mar, tanto mar"
quinta-feira, 4 de setembro de 2008
Tirinha's time 2 (or two)
"Ain't got no money"
Got my brains, Got my ears
Got my eyes, Got my nose
Got my mouth, I got my smile "
terça-feira, 2 de setembro de 2008
For no one
Até uns dias atrás, meu vício era o Chico. Pra todo lugar que eu ia era "Cotidiano"; era "Pivete" no trânsito, era "O meu guri" no sinal, era "A banda" que não parava de tocar. Agora mudou. Na verdade, não mudou. Apenas voltei para o meu primeiro e eterno (eu penso) vício musical: Beatles. Quando eu acho que acabou, que já esgotei meus ouvidos de acordes "iê-iê-iê" ou psicodélicos (meus preferidos), algo novo surge. Trilha sonora de um filme com versões, jazz, chorinho e até músicas que eu (surpreendentemente) não ouvi ou ouvi pouco demais para lembrar. E assim, o vício da vez é esse da foto: Beatles versão chorinho. Quatro cd's pra eu gastar, pelo menos, umas 4 semanas conhecendo-os novamente de outra forma.
É tudo uma redescoberta, como uma vez um velho Beatle disse. Você ouvindo a mesma música que todo mundo já cansou de ouvir há mais de 40 anos. E achando boa, nova, muito boa! É como uma lembrança de infância (para mim, dos 14 anos em diante). E, ao mesmo tempo, uma lembrança nova que se constrói. Como a música do título, que eu ouvi no caminho da padaria de manhã.
"Your day breaks, your mind aches,
You find that all her words of kindness linger on,
When she no longer needs you"