sexta-feira, 7 de novembro de 2008

domingo, 2 de novembro de 2008

Instruções para subir uma escada

"Ninguém terá deixado de observar que frequentemente o chão se dobra de tal maneira que uma parte sobe em ângulo reto com o plano do chão, e logo a parte seguinte se coloca paralela a esse plano, para dar passagem a uma nova perpendicular, comportamento que se repete em espiral ou em linha quebrada até alturas extremamente variáveis. Abaixando-se e pondo a mão esquerda numa das partes verticais, e a direita na horizontal correspondente, fica-se na posse momentânea de um degrau ou escalão. Cada um desses degraus, formados, como se vê, por dois elementos, situa-se um pouco mais acima e mais adiante do anterior, princípio que dá sentido à escada, já que qualquer outra combinação produziria formas talvez mais bonitas ou pitorescas, mas incapazes de transportar as pessoas do térreo ao primeiro andar.

As escadas se sobem de frente, pois de costas ou de lado tornam-se particularmente incômodas. A atitude natural consiste em manter-se em pé, os braços dependurados sem esforço, a cabeça erguida, embora não tanto que os olhos deixem de ver os degraus imediatamente superiores ao que se está pisando, a respiração lenta e regular. Para subir uma escada começa-se por levantar aquela parte do corpo situada embaixo à direita, quase sempre envolvida em couro ou camurça, e que salvo algumas exceções cabe exatamente no degrau. Colocando no primeiro degrau essa parte, que para simplificar chamaremos de pé, recolhe-se a parte correspondente do lado esquerdo (também chamada pé, mas que não se deve confundir com o pé já mencionado), e levando-se à altura do pé faz-se que ela continue até colocá-la no segundo degrau, com o que neste descansará o pé, e no primeiro descansará o pé. (Os primeiros degraus são os mais difíceis, até se adquirir a coordenação necessária. A coincidência de nomes entre o pé e o pé torna difícil a explicação. Deve-se ter um cuidado especial em não levantar ao mesmo tempo o pé e o pé).

Chegando dessa maneira ao segundo degrau, será suficiente repetir alternadamente os movimentos até chegar ao fim da escada. Pode-se sair dela com facilidade, com um ligeiro golpe de calcanhar que a fixa em seu lugar, do qual não se moverá até o momento da descida."

(Julio Cortázar)


Eu gosto desse texto. Talvez você não goste. Eu só li um livro do Julio Cortázar, não posso dizer muito. Comprei uma vez porque eu precisava de um livro pra ler numa viagem e o Sardou me falou que era bom. Então eu comprei, e gostei. Do livro todo, em geral, mas particularmente dos textos desse tipo. Simplesmente pela estranha sensação em que se tem ao ver alguma absurda instrução para se fazer algo que parece tão lógico. E se eu, até hoje, subisse a escada de forma errada? Eu jamais saberia, e passaria a vida toda subindo a escada de forma errada. Deve fazer até mal pra coluna (porque tudo errado assim faz mal pra coluna).
Imagine um papel com essas instruções colado ao lado de uma escada. É absurdo... e por isso, engraçado.

sábado, 1 de novembro de 2008

Mousse

Visualize um lugar frio, bem frio
Pense no vento frio
Na vista bonita
No café quente
No nariz frio
Na mão fria
Pense no clima frio
E esqueça esse calor dos diabos!

Ingredientes


Para a mousse:
- 200 g de chocolate meio amargo
- 1 lata de creme de leite sem soro gelado
- 4 gemas
- 4 claras
- 8 colheres (sopa) de açúcar
- Raspas de chocolate para decorar

Modo de preparo


Para a mousse:


Derreta 200 g de chocolate meio amargo em banho-maria ou no microondas. Acrescente 1 lata de creme de leite sem soro gelado. Misture bem e reserve. Bata 4 gemas com 4 colheres (sopa) de açúcar até ficar um creme fofo e reserve. Bata 4 claras em neve com 4 colheres (sopa) de açúcar e reserve. Misture na mão o chocolate derretido com o creme, as gemas e as claras batidas. Reserve. Cubra a massa de bolacha com a mistura dos cremes. Leve à geladeira por cerca de 2 h. Retire da geladeira e decore com raspas de chocolate.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Chuva


Hoje a chuva choveu. Bem forte. E vou poder dormir em paz sem me revirar na cama, sem acordar suado, chutando a coberta pro mais longe possível de mim. Por quê não pode fazer frio pra sempre? Odeio calor. Como eu li em outro blog (e agora não consigo ficar sem pensar), o frio é controlável: você põe ou tira mais um casaco, até se sentir à vontade. No calor não. Nesse calor dos diabos, você só tem a opção de passar calor (ou sair pelado na rua, e mesmo assim ficar suado).
Eu sei que podia ser pior, bem pior. Mas tá quente, porra! Chega!
Ainda bem que a chuva veio, mesmo não sendo meu apartamento completamente a prova d'água.
Mas amanhã o calor volta, eu sei que volta. Pra estragar tudo de novo.
Droga.