terça-feira, 26 de agosto de 2008

Olha aí


"E na sua meninisse, ele um dia me disse que chegava lá"

Eu não cheguei lá. Eu não sei se vou algum dia chegar lá
Tudo é tão longe da casa da gente...
Tudo é tão mais alto do que se pode alcançar
Eu desaprendi a pular. Esqueci como se estica. Eu parei de crescer, tão cedo
Mas a prateleira todo dia sobe; o açúcar se esconde, atrás dos biscoitos, as panelas se empilham
e a felicidade da gente fica sem lugar pra ficar
A gente fica sem hora, a gente fica sem tempo, a gente perde a carteira no vai-e-vem do trem
A gente perde a hora, a gente ganha uma multa, a gente perde a cabeça e ninguém escuta

O trem vai e vem, soltando fumaça
e a gente vai se largando, se soltando no mundo, pulando poças d'água
O avião vai subindo, gente partindo, gente chegando, a ponte caíndo e ninguém sorrindo
e nada mais
Nada demais
E pra que tanto alvoroço?

"O guri no mato. Acho que tá rindo. Acho que tá lindo, de papo pro ar"
Desde o começo eu sempre soube, seu moço
que sozinho eu não chegava lá

4 comentários:

Kinha disse...

"... olha aí, olha aí, é o meu guri..."

Apesar do seu post ter começado com Chico Buarque, ele me lembrou uma música de você-sabe-quem. (Ants Marching)...
Não vou colocar a letra, porque senão vou ficar parecendo mais maníaca ainda.
Enfim... gostei do seu texto, mais uma vez!
Dá até vontade de ter um blog! =)
E a fotinha voltou! Ê!

Kinha disse...

Deu tanta vontade que criei um blog.
hahahah
http://dreaming3.blogspot.com/

Bianca de Queiroz disse...

Ê, Chico.

Não fique triste, Ronny.
You'll never walk alone.

Zaíra Bosco disse...

Renan!!!
Adorei seu blog!Vou bater ponto aqui sempre, ok?Portanto nem pense em abandonar uma viciada em ler blogs...
bjs!